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poema de Pessoa
Trad.: Ho Yeh Chia
DLO-FFLCHUSP
DOBRADA À MODA DO PORTO
Álvaro de Campos
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se
come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo ...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve
um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
波多牛肚
澳華羅迪干伯 作
何曄佳 譯
有一天在某餐廳裡, 不合時宜地
給我送來了一盤化為涼牛肚的愛
我禮貌地對掌廚的 [1] 說
波多(Porto)牛肚我喜歡吃熱的
牛肚(做成波多式吃法)是不能涼吃的
他們對我不耐煩起來
我們總是無理的, 甚至在餐廳裡也如此
我沒吃它, 也沒叫別的菜, 付了帳
然後, 來漫步於整條街道
天知道這到底是怎麼一回事
我不知道, 而發生的是在我身上……
(我清楚地知道在每個人的童年裡
都曾有過一座花園
自己的或公共的, 甚至可以是鄰家的
我清楚地知道它的主人是遊戲
而悲傷是屬於今日的)
我知道這個道理有好幾次了
但如果我點的是愛, 為什麼給我送來了
一盤涼的波多牛肚?
這不是一道涼吃的菜
但給我的就是涼的
我沒有爭執, 但那是涼的
那是道不能涼吃的菜, 但, 來的就是涼的