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Fundamentos Culturais da
Multifária Literatura Libanesa

 

Profa. Dra. Aida R. Hanania
(Chefe do DLO-FFLCHUSP)

 

    Grandes navegadores e comerciantes por excelência, os fenícios iniciaram no Líbano (3000 a. C.) a tradição do intercâmbio comercial, dele decorrendo o social, o lingüístico, o cultural, com os demais povos do Mediterrâneo. Seguiram-se a eles, os egípcios, hititas, assírios, babilônios, persas, selêucidas, romanos, bizantinos, predispondo, permanentemente, o país a complexas situações de contato humanístico.

    A partir da fixação dos fenícios até o século VII, a história do Líbano foi a história de seu litoral. Após a desagregação da Fenícia, entretanto, passa a girar, também, em torno de sua montanha, pois para lá afluíram minorias dissidentes, das regiões próximas, que procuraram a montanha como asilo ou refúgio. Os primeiros a estabelecerem-se na montanha foram os maronitas, seguidos pelos muçulmanos e finalmente, pelos druzos.

    Duas histórias, então, passam a existir paralelamente: a dos grandes impérios que se sucederam na ocupação da costa: o omíada (660-750); o abássida (750-1098); o mameluco (1291-1516) e o otomano (1516-1914), que dominam igualmente todo o Oriente Próximo e a história das minorias que se vão enraizando no Monte Líbano e que, buscando conciliarem-se, agrupam-se ao redor de duas comunidades principais: a druza e a maronita, representantes das comunidades cristã e islâmica que acabarão por formar, mais tarde, a sociedade libanesa tal qual existe hoje(1).

    Se, de um lado, a composição social do Líbano sempre estimulou a busca de um equilíbrio e de uma convivência possível entre suas várias comunidades, houve, de outro, a contínua tentativa - nem sempre mal sucedida - de desestabilização do país, por parte de potências, quer do Oriente, quer do Ocidente, interessadas em conquistar poder sobre uma região das mais cobiçadas, pela possibilidade que oferece ao amplo intercâmbio entre Orientais e Ocidentais, seja no plano econômico, no político, no social, no religioso, no ideológico...

    Parece oportuno citar aqui, um trecho da descrição que o historiador Lammens faz de Beirute (por volta do século XV), já, na época, centro comercial e cultural da maior importância:

“Beyrouth devint le rendez-vous de toutes les populations mediterranéennes

(...)

Riches négociants et porte-faix, seigneurs et faquins, métis et courtiers, foule barioleé d’aventuriers, de forbans, épiciers et marchands d’esclaves, qui s’entremettent entre l’Asie musulmane et l’Europe chrétienne, également prêts à trafiquer de leur accord el de leur discorde. Toutes les langues de la Mediterranée, toutes les races

(...)

toute la fleur des civilisations rivales est poussée sur ce coin du rivage phénicien par des necessités plus impérieuses que les divergences de race et de religion”(2).

    Certamente, a caracterização de Lammens poderia abranger os séculos anteriores ou posteriores ao XV e teríamos como constante - guardadas, evidentemente, as devidas proporções históricas e sociais - o pluralismo de valores a que o país sempre esteve exposto.

    Da coexistência pacífica, ou do confronto destes povos e, a partir dos valores culturais e civilizacionais veiculados por eles em território libanês, surgiu, necessariamente, uma realidade bastante peculiar, quer seja do ponto de vista étnico ou religioso, quer seja do ponto de vista social e político.

    O pluralismo determinou o que se pode chamar de “particularismo libanês” e a atenção a estes dois elementos estruturais da existência do país e de seu povo, sob todos os ângulos que formos analisá-los, é fundamental, para que se recupere a fisionomia real do Líbano.

    Por circunstâncias bastante significativas no processo de afirmação do povo libanês, o bilingüismo árabe-francês está presente e bastante vivo, sobretudo, a partir do século XIX.

    Embora hoje se possa falar, cada vez mais, no trilingüismo árabe-francês-inglês ou no bilingüismo árabe-inglês, sabe-se que o inglês que penetra progressivamente no país, tem um caráter, de modo geral, mais utilitário, sendo a língua do comércio, dos negócios financeiros, mas principalmente, aquela que veicula o progresso tecnológico.

    O francês, ao contrário, está ligado culturalmente ao país. Diversamente dos países árabes do Maghreb, o enraizamento do francês no Líbano não resulta tão-somente de ocupação colonial: a existência de uma produção literária que data de fins do século passado, desfaz, de imediato, essa idéia.

    O primeiro contato de libaneses e franceses, deu-se durante a ocupação franca (1098-1291), por meio dos cruzados e dos cristãos maronitas.

    Como dissemos anteriormente, o Líbano é uma associação islâmico-cristã, tomando por base as duas grandes religiões representadas pelas quinze comunidades étnico-religiosas que compõem sua população. Destas, três são muçulmanas (sunita, chiita e druza) e onze são cristãs.

    O interesse dos cristãos pelo francês sempre foi muito grande, visto que do Ocidente, a França é o país que parece ter abrigado da forma mais legítima, o patrimônio cultural greco-romano e mediterrâneo tal como o assimilou e transformou o pensamento cristão. E a influência francesa manteve-se, ao longo do tempo, no Líbano, graças às relações econômicas encetadas com o Ocidente e à atividade de missões religiosas que vinham da Europa, com o objetivo precípuo de instruir os cristãos na fé católica e divulgar as línguas ocidentais.

    Atenta aos estreitos elos estabelecidos com os cristãos, a França nunca lhes faltou com sua proteção, durante os conflitos religiosos. Ao mesmo tempo, procurou corresponder a suas exigências espirituais e culturais, em especial a partir de meados do século passado.

    Diríamos que o francês foi se propagando menos por imposição política que por uma legítima identificação cultural. Prova disso é que a independência política do Líbano em 1943 (após o período de mandato francês iniciado em 1920) não alterou o relacionamento cultural com a França e o bilingüismo árabe-francês passa a ser visto como sinal da vocação bicultural do país.

    A dualidade cultural, entretanto, não se resolve numa síntese árabe-ocidental. Tampouco, dá origem a uma cultura autônoma. Repetindo as palavras de Jean Salem, antropólogo libanês, diríamos que “de maneira particular, a dupla ligação mediterrânea - ocidental e árabe - mulçumana fez do Líbano, uma terra de encontro de duas áreas de civilização, mas sem que este contato deixe nascer uma entidade cultural nova, ao mesmo tempo distinta do arabismo e do Ocidente”(3).

    Tendo acesso a duas interpretações de mundo, a dois universos espirituais, o libanês acredita ser deles, o intermediário natural. Procura, então, estabelecer relações entre as duas culturas: muitas vezes, os elementos da Cultura Árabe colocam-se a serviço de uma concepção ocidental de vida; outras, ocorre o aproveitamento de elementos da Cultura Ocidental para a elaboração “modernizada”de uma concepção oriental de vida.

    É basicamente no exercício do diálogo islâmico-cristão que reside a originalidade do libanês, do ponto de vista cultural.

    A literatura, em sua dupla manifestação, árabe e francesa, é o terreno em que ocorre de modo amplo e profundo, a coexistência de valores orientais e ocidentais, condição fundamental para a sobrevivência cultural do povo libanês. Embora exista uma literatura de língua inglesa, esta revela-se inexpressiva do ponto de vista cultural, decorrência do caráter utilitário, como visto, que lhe é conferido.

    Contando cerca de um século de existência - relativamente recente, portanto - esta literatura já conheceu três fases bastante distintas.

    A primeira - que vai de fins do século XIX até 1920 - refere-se, essencialmente, a uma literatura de combate, pois prega a resistência contra a dominação otomana em curso.

    A segunda - de 1920 a 1945 - acha-se marcada por um enorme entusiasmo em relação ao Líbano, finalmente livre do jugo turco.

    A terceira - a partir de 1945 - caracteriza-se pela variedade de temas e gêneros; é despojada de todo e qualquer compromisso com idéias revolucionárias e nacionalistas e o posicionamento dos autores tende à universalidade.

    A primeira etapa desta Literatura foi precedida pelo movimento em prol do Renascimento da Cultura Árabe que teve como precursores, os cristãos libaneses.

    Na realidade, sendo o Líbano um país islâmico-cristão, compreende-se que a penetração ocidental tivesse sido feita justamente, através do elemento cristão.

    Foi primeiramente por meio das instituições educacionais francesas - que atendiam a populações cristãs - que se divulgaram, no Oriente Próximo, ideais de liberdade e democracia, em plena vigência do Império Turco.

    Esta situação exarcebou o sentimento nacionalista, que teve como metas prioritárias a recuperação e a exaltação de uma tradição cultural sufocada; o reconhecimento e a afirmação de uma identidade política que fôra, até então, violentamente agredida.

    Movidos pelo ideal de ampla restauração nacional, um grupo importante de libaneses cristãos, em sua maioria poetas e historiadores, busca defender, em Paris, a causa árabe e libanesa, utilizando, para tanto, a língua francesa, dando origem a uma literatura eminentemente revolucionária.

    Os nomes mais expressivos desta fase são Boulos Noujaim que, sob o pseudônimo de M. Jouplain, publica em 1908 La Question du Liban, Chucri Ghanem que, em 1910, publica Antar, drama versificado em cinco atos (considerado como marco importante) em que se analisa a situação do libanês pelos otomanos.

    Em 1915, surge Le Réveil de la Nation Arabe dans l’Asie Turque de Négib Azouri. Em 1919, Le Problème du Levant de Khairala T. Khairala.

    Predominam, nesta fase, o ensaio histórico e político, o drama e a poesia.

    A segunda etapa, cujas publicações principais surgem a partir de 1920, coincide com o período do Mandato francês. Seus representantes, quase todos poetas, assumem a tarefa essencial no momento em que a pátria se vê livre da opressão otomana, de destacar, afirmar, e de ilustrar os traços culturais da personalidade libanesa que começa, entretanto, a ser contestada pelos adeptos da Nação Árabe.

    Do confronto existente entre os defensores do “panarabismo” e aqueles da independência política e de uma especificidade cultural do Líbano, surge uma Literatura Nacional, liderada por Charles Corm (La Montagne Inspirée - 1934); Hector Klat (Du Cidre au Lyz - 1935); Elye Tyane (Le Château Merveilleux - 1934) e Michel Chiha (La Maison des Champs - 1934).

    Estes escritores buscam seus temas num “Líbano fenício”. Michel Chiha afirma que, voltar às origens fenícias, “é exaltar um passado tão longínquo e tão grandioso, para que todos os libaneses (...) possam nele reconhecer-se acima de suas diferenças de língua, de costume, de religião e de raça”(4).

    A terceira etapa não registra mais uma literatura de compromisso, quer no plano ideológico, quer no formal. Os autores são, a exemplo da fase anterior, na maioria, poetas. Os temas desenvolvidos, quase sempre atinentes ao Homem, afirmando, portanto, a tendência universalista do libanês, não escondem a maneira oriental de enfocá-los.

    Como nomes destacados, citem-se Georges Schehadé, poeta e dramaturgo (Les Poésies, M.Bob’le, La Soirée des Proverbes (...); Andrée Chedid (poeta, dramaturga e romancista - Double Pays, Textes pour da Terre Aimée ...; Les Nombres, Le Montreur ..., Le Sixième jour...).

    Devemos citar ainda, Farjallah Haik, romancista (La Crique, Les Meilleures Intentions ...). Fouad Gabriel Naffah, poeta (La description de l’homme du cadre et de la lyre), dentre outros.

    Sobre a literatura libanesa de expressão árabe, deve-se dizer que, embora tenha precedido cronologicamente a francesa, durante muito tempo voltou-se preponderantemente à retórica, havendo a preocupação quase que exclusiva com a língua e com o estilo.

    O conhecimento das línguas ocidentais, em particular do francês, permitiu aos libaneses, o acesso às obras ocidentais e, por conseguinte, sua tradução, no fim do século passado, para o árabe; fato que deu início à Nahda (termo que se refere, em árabe, ao renascimento da língua e da cultura árabe).

    A literatura de expressão francesa deu novo impulso à literatura de expressão árabe no Líbano e fora dele.

    Senão, vejamos:

  • ao primeiro contacto importante com a cultura francesa, plena de ideais libertários, surge a tendência entusiasta à imitação e à tradução.
  • à implantação da cultura francesa como norma intelectual, corresponde a tendência à crítica lingüística e lexicográfica, visando avaliar a influência ocidental sobre a língua e a cultura árabe.
  • à apropriação da cultura francesa, sob a forma de um humanismo libanês, corresponde uma criação literária original que vem se afirmando ao longo do tempo.

    A necessidade de imitação, da autocrítica e da criação, pois, foram os pilares fundamentais do processo de Renascimento das Letras Árabes.

    A predominância da poesia nota-se em toda a Literatura Libanesa, bem como na Literatura Árabe em geral. O romance, embora presente, tem menos adeptos; em contrapartida, o conto sentenciado, tipicamente oriental, é extremamente cultivado.

    Com relação à literatura de língua árabe, é necessário lembrar que a um árabe literário, escrito, dito clássico e um árabe popular, coloquial, correspondem duas expressões pertinentes.

    Há muita polêmica, entretanto, em relação a esta dupla manifestação da literatura de língua árabe no Líbano: de um lado, estão os puristas, defensores do árabe clássico, da língua sagrada do Alcorão; de outro, os defensores da expressão mais solta, mais livre, como quer Said Akl, por exemplo, o conhecido escritor bilingüe, que se permitiu compor em árabe popular, entendendo que a poesia dialetal é, em tese, o veículo que mais pode transmitir por sua natureza mesmo, vestígios de uma cultura própria do libanês, já que é comum a todo o povo e, sendo assim, capta-lhe, com mais fidelidade, as formas variadas que toma a vida cotidiana, bem como a manifestação “sui generis” da alma do aldeão do Monte Líbano.

    A privilegiadíssima natureza do Líbano marcada pelo encontro do mar e da montanha é a matéria simbólica, pertencente às literaturas de expressão árabe e francesa, na qual se exprimem os temas libaneses, dentre os quais, os mais constantes são:

  • o tema fenício.
  • a oposição “mar e montanha” (e a realidade que esta oposição implica do lado étnico, religioso e social).
  • o mar e a visão de “ir-e-vir” (do Ocidente para o Oriente e do Oriente para o Ocidente, trânsito obrigatório do libanês que busca sua identidade cultural em seu sentido mais amplo).
  • o país como traço-de-união entre dois mundos.
  • o diálogo entre islamismo e cristianismo.
  • o encontro do Oriente do Coração e do Ocidente da Razão...

    Chegando ao Brasil - maciçamente em fins do século passado e começo deste - o imigrante libanês encontrou o terreno neutro para o prosseguimento de sua luta pela preservação da soberania de seu país de origem.

    O tema da revitalização da Língua, da Cultura e da Civilização Árabes, que, como dissemos, ganhava corpo na França em fins do século passado e começos deste, encontrou eco em nosso país, através da manifestação literária e jornalística de escritores liderados inicialmente pelo eminente intelectual Nami Jafet.

    Outro tema bastante repetido no Brasil foi o do país como traço-de-união entre mundos e culturas.

    Akel El Jorr, escritor que viveu no Rio de Janeiro, identificava em seus poemas, o Brasil ao Líbano, no que tem de pluriétnico e em sua capacidade de aproximação de diferentes povos e culturas.

    O diálogo entre islamismo e cristianismo também está presente no Brasil, tendo sido sempre abordado no sentido da conciliação confessional.

    Neste sentido, dois escritores merecem ser citados: Mussa Kuráiem e Salomão Jorge.

    O tema do mar e a visão de ir-e-vir marcou profundamente a obra de vários autores, de que é exemplo, a de Rachid Salim Cury (cognominado Al Kárawi) que enaltece o mar de Santos que o trouxe ao Brasil, mas que é capaz, também, de minimizar a nostalgia de seu país, permitindo-lhe a volta.

    O encontro do sentimento oriental e da razão ocidental foi amplamente celebrado por Chafic Maluf, Mansour Chalita e Taufic Barbar. Não raro, esse tema revela a necessidade do libanês de intermediar sua profunda dualidade: voltado necessariamente ao Ocidente e ao Oriente.

    A exemplo da Literatura Libanesa, a Literatura produzida no Brasil está vazada em poesia, na maior parte.

    O gosto pelo aforismo, que revela o cerne do que se convencionou chamar Sabedoria Oriental, provocou a organização de várias antologias no Brasil como, por exemplo, O Jardim das Curiosidades Árabes de Suleiman Yázigi.

    O conto sentenciado e as lendas orientais, sem dúvida marcantes em toda a Literatura Árabe, encontrou divulgação no Brasil, através de duas figuras: a dos saudosos Chafic Maluf (autor de Abkar, poema mitológico) e Jamil Almansur Haddad (tradutor, poeta e ensaista) de São Paulo.

    O percurso pela Literatura Árabe escrita no Brasil, fez-nos constatar até aqui, a retomada de temas próprios ao contexto literário libanês(5).

    É curioso notar que, quanto às imagens, foram insistentemente tomadas à natureza brasileira e delas, as mais usuais correspondem ao binômio mar/montanha que povoam a cidade do Rio de Janeiro e a cidade paulista de Santos, ambas cantadas principalmente por Taufic Barbar, Chikrala El-Jorr, Neme Kazan e Rachid Salim Cury. A identificação do meio natural libanês com o brasileiro foi buscada por quase todos os poetas imigrantes.

    Extremamente versátil, sociável, acostumado a conciliar e harmonizar antagonismos, o libanês sempre encontrou facilidade de integrar-se às novas situações a que se achou exposto. No Brasil, vem confirmando este fato, através dos tempos.

    Assumindo freqüentemente a posição do crítico e do conciliador, o libanês jamais abandona seu posto de observação, o que vale dizer, integra-se sem que se perca sua individualidade.

    Aprendeu, em seu país, a tirar partido da complexidade de seu meio. Manteve esta atitude no Brasil e somou ao conjunto de realidades que presidiram sua formação, a terra brasileira que descreve como “pátria da acolhida”, “terra da promissão”, “terra dadivosa”, “terra da salvação”...

    O humanismo libanês, resultado do amalgamento de vários pensares, de vários falares e das várias formas de sentir e de compreender o mundo, encontrou no poeta Charles Corm sua melhor definição:

“O humanismo é essa faculdade de tratarmos dignamente à nossa mesa, todos os peregrinos do pensamento e de estarmos tão cativados pela Verdade, tão sensíveis à Justiça, tão vulneráveis à Piedade e tão inclinados à Solidariedade, que nada do que é humano nos possa ser alheio”(6).

 

 


(1). Naturalmente, não há, ainda, perspectiva histórica para avaliar as repercussões dos acontecimentos que vitimaram o país, a partir de 1975. Pode-se dizer, entretanto, que - seja qual for a configuração social/confessional preponderante - o Líbano mantém-se fundamentalmente islâmico/cristão e, sem dúvida, o lar cristão do Oriente Médio.

(2). in H. Lammens, La Syrie T.II, p. 35, citado por Saher Khalaf in La Littérature Libanaise de Langue Française, Ottawa, Ed. Naaman, 1974, p.22.

(3). in O Povo Libanês de Jean Salem, São Paulo, Ed. Van Grei, s/d.

(4). in “La Querelle du Libanisme Phénicien” artigo publicado no periódico “Le Jour” de 24.04.1935, citado por Sélim Abou no capítulo "Liban", publicado no Guide Culturel, Presses de l’U. Laval/ Hachette, 1977, p. 360 (É nossa, a tradução).

(5). Restringimo-nos, aqui, ao registro de temas relativos à produção do período chamado de Grande Imigração (fins do século XIX e começos do XX) ao qual aludimos há pouco.

(6). Citado por Mansour Challita na obra Este é o Líbano, Rio de Janeiro, ACIGI, 1976, p. 14.