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Dois Poemas de Antônio Draetta

 

 

A PROMETIDA

Quando ela chorou pela primeira vez,
Nasceu um rio imenso
Que foi decerto para o mar.
Quando ela sorriu pela primeira vez,
O dia ficou tão claro,
Que não era primavera,
Mas as flores surgiram por momentos.
E agora os homens a estão esperando.
Ansiosos,
Já há séculos,
Pelo dia em que ela vier
Para falar
Pela primeira vez.

Dez./94

 

OLHANDO PARA A MÁQUINA

Mais do que o ouro,
A carne,
A prata e o prato,
Mais do que tudo isso,
Me interessa a transparência
Da manhã,
Pintada de pequenas nuvens brancas.
—     Tênue sopro do Pintor.
Mais do que tudo isso,
Me interessam
O frescor da manhã
E o ar que respiro
—     Essência Divina.
Mais do que isso tudo,
Me interessam aqueles
Coqueiros verdes,
Derramando, tranqüilamente,
Suas verdes ramagens
Para o chão.
Parem com as máquinas!
Que o Homem precisa ficar.
—     O aço não é a proveniência
Do Homem...

SP/Junho/2001