Prudência e Educação Moral

Flávia Medeiros Sarti
(mestranda da FEUSP*)

"Disse Deus: Faça-se a luz. E viu Deus que a luz era
boa
; e dividiu a luz das trevas ..." (Gênesis I,1)

Ao longo de cinco dias, criou Deus muitas coisas e viu que tudo o que tinha feito era bom, já que tudo participava do seu Ser, que é o próprio Bem. No sexto dia, porém, conferiu existência a um ente que não somente estaria imerso no mundo, como os demais seres, mas que poderia compartilhar com Ele de toda a criação, através de uma alma espiritual, que quer pela vontade e que conhece por meio do intelecto. Tal é o homem, que recebeu o Ser em tamanha intensidade que, por meio de suas faculdades espirituais, está aberto para a totalidade do real, para o que lhe é exterior e para o que lhe é interior.

Sua particular abertura para o real, manifesta o homem como uma criatura cuja natureza é inacabada e ele se apresenta enquanto um ser-em-construção, um "projeto" para o qual a responsabilidade que lhe cabe é a de dar prosseguimento e, em última instância, já em um plano ideal, termo. Na verdade, o caráter dinâmico da antropologia e da ética clássicas expressam-se muito bem em Guimarães Rosa:

"Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar, até a hora da libertação pelo arcano, além do Lethes, o rio sem memória" (Estas Estórias, Rio de Janeiro, José Olympio, 1969, p. 177).

"...para cada pessoa, sua continuação já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador - sua parte, que antes já foi inventada, num papel..." (Grande Sertão, 5a. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1967, p. 366).

Assim como, até no plano físico, o filhote de homem difere dos dos outros animais por "nascer inacabado" e dependente por tanto tempo de seus pais, também o homem não está de antemão "definido" pela criação. É justamente neste ponto que reside a razão última de sua existência já que ele está no mundo para completar ("passar a limpo em realidade-ato") a criação divina, realizando-se a si próprio em meio a um processo para o qual o poeta Píndaro já há muito chamou a atenção: "Torna-te o que és!". Paradoxo? Obviedade? Não, simplicidade inalcançável à compreensão humana, tão acostumada e confiante nas complicações do mundo no qual se refugiou, o mundo das contas do seguro que devem ser pagas até o dia 22, do tio que não vem à festa de Natal por estar descontente com a partilha feita da herança recebida, da meia-calça que desfiou em meio à festa etc, etc...

Descobrir o que ele próprio é (o seu quid) nesse emaranhado no qual se encontra e agir em conformidade com isto são, ao mesmo tempo, os grandes problemas e as grandes soluções da existência do homem. Ele se constrói no próprio ato de ser e está chamado a ser o que é, nem mais, nem menos. Sua virtude está exatamente nesse meio termo e essa é a parte que lhe cabe na continuação do projeto divino, a partir do qual foi criado.

Embora incompleto, o ato criador de Deus não deixou o homem desamparado para sua misão auto-realizadora, ao contrário, "equipou"-o com os instrumentos necessários. Assim, à semelhança do Criador que fez o mundo e "viu que ele é bom", o homem tem, por natureza, uma atitude de amor, ou seja, de afirmação do que é. Amar alguém, alguma coisa ou lugar é, antes de tudo, reiterar o ato que o criou, aprovando-o. É, em última instância, compartilhar com o Criador do sentimento que o moveu à criação, algo que alguém traduziu em um pára-choque de caminhão: "Se você não existisse, eu te inventaria".

Deste modo, como "matéria-prima" para a realização de si (o seu quid) o homem conta com essa aspiração do bem que, em nosso exemplo, se manisfesta no motorista de caminhão apaixonado. É a partir dela, dessa virtude moral, que o homem age no mundo, escrevendo em pára-choques entre tantas outras coisas. Entretanto, tais propensões instintivas para o bem precisam existir, ser efetivadas e desenvolvidas para que a realização do homem se dê, para que ele "seja". É então no agir que o homem se faz, na medida em que as ações que pratica sejam condizentes com a sua condição de abertura para a totalidade do real, traduzindo, neste sentido, a razão reta ao agir. Tal é o meio para se atingir o bem humano, qual seja, a sua auto-realização, o que é assunto da prudência (naturalmente, "prudência", aqui, no sentido clássico de prudentia - a recta ratio agibilium - e não na medíocre acepção contemporânea...).

A prudência aparece, deste modo, enquanto razão prática e sabedoria concernente às coisas humanas. É a partir dessa virtude que o homem pode aplicar o conhecimento da realidade à realização do bem, como "proa inteligente", nas palavras de Paul Claudel. Ela orienta o homem para o ser, para a perfeição do "fazer a verdade" (Jo 3, 21) através da ilimitada variedade que constitui o mundo. Todas as demais virtudes têm na prudência a matriz, já que a realização do bem, em qualquer aspecto ou situação só se dá em conformidade com a a realidade e verdade das coisas, precisamente discernida pela prudência. Não adianta, por exemplo oferecer um casaco bem felpudo a quem tem fome em um dia de verão, mesmo que as intenções do doador sejam as melhores possíveis, sua ação não condiz com a realidade das coisas e, portanto, não atinge o objetivo proposto de fazer o bem. Assim, embora o sujeito tenha tido a vontade de fazer o bem, não foi orientado em sua ação pelo conhecimento da realidade.

Neste sentido, é por meio da prudência que o homem atinge a liberdade mais verdadeira que é ser capaz de agir como realmente quer, ou seja, uma ação que concretize suas aspirações naturais para o bem. A conquista desta liberdade é exatamente o que cabe ao homem na busca e realização de si próprio. Para tanto, ele conta com sua capacidade natural de abertura para a o mundo, que se dá por meio tanto da vontade (apetite espiritual) quanto da inteligência (conhecimento espiritual). É por meio, então destas duas vias que a ação prudente pode tomar forma, sendo ela constituída por duas etapas complementares.

A primeira delas é de caráter cognoscitivo e diz respeito ao exame da realidade por meio da razão (entendida aqui como todas as formas de posse da realidade) que aconselha e julga o que é de acordo com o real, ou seja, com o bem humano. A segunda delas, mais importante até (já que se trata da razão prática, ligada ao agir), tem caráter diretivo e é aquela pela qual o sujeito age conforme aquilo que aconselha e julga como bom (oferecendo, por exemplo, comida e não qualquer outra coisa a quem tem fome).

Estes dois requisitos indispensáveis à prudência fazem com que ela seja acessível apenas aos homens, graças às faculdades espirituais de sua alma, que lhe proporcionam abertura para a realidade, como também por meio dos sentidos externos, próprio de todos os seres viventes, e dos sentidos internos. As capacidades proporcionadas por tais sentidos atuam de modo a constituir a prudência, como partes que lhe integram:

Memória: a prudência é gerada e desenvolvida pela experiência e pelo tempo. A experiência resulta da memória dos casos repetidos. Considera-se, assim, que os velhos estejam "mais aparelhados" do que os jovens para agir prudentemente, embora a prudência não lhes seja exclusiva e - tal como o "velho do Restelo" - tenham uma propensão para o pessimismo.

Intelecto: todo o processo da razão procede do intelecto e a prudência é, justamente, a aplicação da razão reta aos atos.

Docilidade: como os caso particulares são infinitamente diversos e não podem ser considerados por um único homem, é necessário que o homem esteja pronto para receber o ensino: da realidade e de outrem. Precisa estar aberto a aprender (e apreender) a realidade com suas próprias experiências.

Solércia: para a reta apreciação do que deve fazer, o indivíduo precisa estar pronto a descobrir o que convém a cada situação.

Razão: uma das partes do agir prudente, o conselho (inquirição, o passar de uma coisa para outra, aconselhar-se consigo mesmo), que é necessário ao raciocínio acertado, é função da razão. É pelo conselho que a prudência é aperfeiçoada, já que seu objeto são os meios a serem postos em prática em vista do bem humano. O conselho e a prudência são, então, correlatos.

Providência (ver de longe): determina com antecedência, prevendo se determinado ato será ou não verdadeiro caminho para a realização do bem. É a principal parte da prudência.

Circunspecção: ao contrário do significado de "introspecção carrancuda" que a este termo atualmente atribuímos na linguagem comum, trata-se aqui do exame e da comparação dos meios, levando em consideração as circunstâncias que se apresentam na realidade. Para o agir prudente, tanto os meios quanto os fins devem ser bons, o que é contingente devido à infinidade de circunstâncias possíveis.

Cautela: versa sobre os atos contingentes no sentido de que o mal seja evitado, mesmo estando mesclado com o bem, devido à multiformidade dos atos.

Para a realização da ação prudente, o homem conta, também, com algumas virtudes que, como partes potenciais, são anexas à prudência. São elas:

Eubulia: indagação racional sobre as ações que se deve praticar, o que proporciona a retidão em deliberar. Tal virtude, diferentemente da prudência, não é preceptiva, a ela cabe apenas, ordenar para a prudência.

Sínese: virtude que faz o homem julgar acertadamente.

Gnome: perspicácia de juízo que se aplica ao julgamento de casos que fogem às regras comuns.

De acordo com o tipo e o domínio das ações que se realizam, a prudência pode ser classificada em espécies distintas entre si, cada uma das quais corresponde uma parte subjetiva da prudência:

A arte de legislar ou de reinar: a prudência é a virtude própria do governante, a quem convém uma prudência de natureza especial e perfeitíssima, já que a sua administração, para ser perfeita, deve estar ligada à razão.

Política: é a prudência pela qual dispomos convenientemente o que pertence ao bem comum. Corresponde à retidão de direção que os indivíduos devem ter para que dirijam a si próprios na obediência das regras e leis estabelecidas para a vida em sociedade.

Econômica: corresponde à boa direção da vida no que se refere à sociedade doméstica.

Militar: prudência especial, que dirige particularmente as atividades militares.

Entretanto, assim como a vontade e o intelecto humano constituem as causas e as condições para que o homem dê continuidade ao projeto divino, para que ele seja, é exatamente a estas faculdades espirituais da alma humana que podem se impor os maiores empecilhos para aquela realização.

Neste sentido, portanto, a prudência pode ser impedida tanto por meio de vícios que incidam sobre suas partes referentes ao conhecimento (conselho e julgamento), quanto naquela que se refere ao desejar e agir. Tais vícios correspondem, então, a duas categorias distintas e dão origem a dois tipos de imprudência, quais sejam, por irreflexão (ligadas ao conhecimento) e por indecisão (referentes ao desejar e agir). No exemplo do sujeito com fome, o outro pode deixar de lhe oferecer um prato de comida por não considerar a situação e, portanto, por "não se tocar" com ela (ou por achar que não é o caso...) como também pela indecisão de pôr em prática o ato (digamos, de socorrer o faminto) recomendado por sua razão.

Podemos classificar as imprudências, também, por outros dois critérios e temos então um tipo que se traduz em vícios manifestamente contrários à prudência e outro tipo que, embora também se oponha à prudência, guardam certa semelhança com ela. No primeiro dos casos, encontramos os vícios que se afastam das regras que tornam o agir de acordo com a razão reta. São vícios que têm como matriz principal a luxúria, ou seja, o fato de que a ponderação que caberia à tomada de decisão e à ação é corrompido pela sôfrega e descabida busca de prazer.

Assim, o agir é imprudente devido a:

Precipitação: que corresponde à ação movida pelo ímpeto da vontade ou da paixão, o que tem como resultado a desordenação do conselho. Em casos como este o sujeito age sem se ater aos passos ou etapas necesários à razão reta, quais sejam: memória das coisas passadas, inteligência das recentes, solércia no considerar os acontecimentos futuros, raciocínio e docilidade.

Inconsideração: falta de retidão do juízo. É, portanto, uma falha no ato de ajuizar o que já foi observado a partir da realidade. A este vício se opõem as seguintes partes integrantes da prudência: circunspecção e cautela; e as potenciais: sínese e gnome.

Inconstância: abandono de um bem maior a que antes se propunha em vista de paixões que deordenam a vontade. Falha-se, portanto, no ato de ordenar o que fora aconselhado e julgado pela razão.

Ainda neste domínio das imprudências, encontra-se a negligência que constitui um pecado especial oposto à prudência devido à falta de solicitude do sujeito que empreende a ação. Trata-se de de uma falta de eleição reta dos meios conducentes ao fim, o que é peça fundamental e decisiva do agir prudente.

O segundo tipo de imprudência diz respeito aos vícios que, embora sejam opostos à prudência, guardam semelhaça com ela por implicarem um certo uso da razão. Esse tipo de vício nasce da avareza, ou seja, da desmedida aspiração por toda a espécie de posse. O primeiro deles é chamado de "prudência da carne" e se traduz na aplicação de esforços com vistas a um fim que não está ligado ao bem humano, ao contrário, é o bem da carne que é eleito como fim último da vida. Chamaríamos, então, de imprudentes as ações pautadas exclusivamente por objetivos relacionados ao sucesso profissional, amoroso, financeiro, etc. e desvinculadas do bem do homem.

Outro vício que guarda certa semelhança com a prudência é a astúcia, que corresponde ao uso de meios não verdadeiros com vistas a atingir um determinado fim. A astúcia é, então, aplicada ao enganar e compreende, em sua execução, ao dolo, ou seja, o induzir outrem ao erro por meio de atos ou palavras, e a fraude, que se aplica à execução da astúcia por meio de atos. Ainda no que se refere a este tipo de vício que apresenta certa semelhança com a prudência, temos uma outra espécie ainda mais sútil que é a soclicitude por coisas temporais e não por bens espirituais. De três formas este vício pode se apresentar: se tomarmos as coisas temporais como o fim último de nossas ações, se nossos esforços forem demasiado exagerados (o que pode nos afastar dos bens espirituais) ou se tivermos temor exagerado em não alcançar nossos objetivos.

A imprudência parece, assim, caracterizar a vida do homem moderno tão cheio de cobranças para que ele realize coisas (ganhe dinheiro, pague as contas em dia, case, compre coisas, estude, seja saudável, seja politicamente correto...). E mais, a solicitude também pode se converter em vício se for aplicada ao futuro, assim, não são prudentes as preocupações, o que torna ainda mais difícil a verificação de uma postura prudente em nossos dias. Entre nós, ao contrário, tem-se que prudente é aquele que tem uma gorda poupança no banco para lhe garantir a velhice.

Estas breves análises realizadas no âmbito de um estudo a propósito do conceitos de prudência e de imprudência, tais como propostos por Santo Tomás de Aquino, ressaltam a acentuada relação que as mesmas guardam com o mundo "concreto". Assim, a prudência do agir tem como fator condicionante a própria realidade e mesmo uma ação aparentemente prudente pode, em certas circuntâncias, se traduzir em imprudência. A prudência se constrói, neste sentido, em cada ato humano, não residindo em um mundo da abstrações ideais. Como vimos, uma situação na qual exista um indivíduo com fome e outro que pode lhe dar o que comer não pode ser considerada da mesma forma nos diferentes e infinitos contextos possíveis.

Esta vinculação com a realidade caracteriza fortemente as idéias de Santo Tomás a respeito do homem podendo ser verificada, decorrentemente, nas formulações educacionais que delas podem ser derivadas. A educação volta-se, nesta perspectiva, para realização humana, para o ser do homem. Seu objetivo central é de levá-lo a alcançar a ultimum potentiae, a sua virtude. Trata-se da educação para a liberdade, para o conseguir fazer o que realmente se quer (o que está em consonância com o que o homem é). Entretanto, esta liberdade não é dada e sim conseguida através do próprio exercício das virtudes, que se traduzem em hábitos bons. É exatamente o educar para hábitos bons, para as virtudes, a que corresponde uma educação para a liberdade. É uma educação invísivel, que ocorre não através de disciplinas específicas mas sim em meio ao próprio processo educacional, tendo como alicerce a formação para a prudência, já que ela é a matriz de todas as demais virtudes.

A educação volta-se, assim, para a formação de homens que se relacionem com a criação divina da forma como a sua própria condição humana os chama a fazer, ou seja, compartilhando com o Criador uma postura de receptividade sincera e verdadeira da realidade, em sua totalidade. Como já foi visto, uma atitude como esta implica tanto o uso da razão, para apreender e julgar o que se apresenta na realidade das coisas, quanto da vontade para o aplicar-se àquilo que mais convém. Deste modo, a formação para a prudência aparece enquanto objetivo fundamental de uma educação que se proponha voltada aos aspectos éticos nela implicados.

Entretanto, as dificuldades que se impõem a este tipo de educação são bastante fortes e persistentes, sendo as mesmas presentes no processo de realização humana e tendo como fonte a própria condição humana. O primeiro dos empecilhos ao ser humano (ou ao ser do humano, melhor dizendo) lhe é bastante fundamental e remete ao fato de que o homem é, por natureza, um ser que esquece, é um "esquecente" (e este é, precisamente, um dos fatores que o distancia do seu Criador, no "compartilhar" com Ele do mundo). Assim, o homem embora não se esqueça de pagar a conta do seguro no dia 22, não se lembra do que lhe é mais fundamental, ou seja, do fim último de sua existência, do seu bem. Entretanto, o lembrar-se está vinculado de forma bastante estreita à auto-realização, já que o homem é caso alcance justamente aquilo que esqueceu. Mas como pode chegar a este bem se nem ao menos se lembra qual seja ele?

A educação se apresenta, neste sentido, enquanto cúmplice do homem em seu processo de auto-realização, na medida em que se volta para o resgate daquilo que foi por ele esquecido. Cabe a ela, portanto, chamar a atenção do homem para tudo o que contenha indícios que apontem para o fim a que ele deve chegar e também para os meios necessários. Tudo isto, fim e meios, está na presente na própria cultura dos homens, guardiã do que foi esquecido. As instituições, as tradições, os costumes, as festas, os cultos, os rituais, as formas de linguagem, etc, são traduções do que o homem é. Assim é porque as poesias, os ditados, os provérbios, as fábulas, as canções, os ritmos, são frutos de insights (momentos de lembrança) que trazem ao homem o que ele é ou está chamado a ser.

Cabe à educação, enquanto instituição que apresenta o mundo àqueles que chegam nele por meio do nascimento, este trabalho de resgate, de mostrar ao homem os passos que ele (a humanidade) já deu em direção de si mesmo. Tal é significado da educação neste processo pois a sua própria criação, enquanto instituição, fundamenta-se na idéia de que o homem precisa ser lembrado, que ele esquece, que não se recorda até, e principalmente, que esquece.

É o que nos lembra a obra de Santo Tomás!


* Este estudo - originalmente seminário do curso de Pós-Graduação da FEUSP: "A educação para as virtudes na tradição ocidental" - pretende simplesmente trazer, para uma primeira consideração do educador contemporâneo, alguns dos conceitos clássicos em torno da virtude da prudência, no pensamento de Santo Tomás de Aquino. Um tratamento contemporâneo detalhado do tema encontra-se, por exemplo, em Pieper, J. Virtudes Fundamentais, Lisboa, Aster, 1960. Alguns aspectos da prudência e da educação para a prudência são tratados também em Lauand, Luiz Jean Provérbios e Educação Moral: a filosofia de Tomás de Aquino e a Pedagogia do Mathal, São Paulo, Hottopos, 1997.